É certo que uma grande quantidade de estoque armazenado sem rotatividade implica em um custo para as empresas; os processos acabam se tornando mais inflexíveis, ineficientes e improdutivos. Por isso que Henry Ford, que já havia revolucionado o setor industrial com seu modelo de produção em massa através da linha de montagem de produtos em serie desde 1910, sucumbiu, em meados dos anos 60, as novas técnicas produtivas.
A produção enxuta é uma filosofia de gestão mais eficiente desenvolvida por Taiichi Ohno para as fábricas da Toyota e tinha como objetivos a eliminação de diversas fontes de desperdícios relacionadas ao processo de produção.
Just-in-time, engenharia simultânea, células de produção e benchmarking são alguns conceitos introduzidos pela produção enxuta ou mentalidade enxuta. O Just-in-Time (JIT) é um modelo tático de gestão ligado à parte de operações, produção, gerenciamento da cadeia de suprimentos e compras da empresa, e que visa satisfazer o cliente de imediato com uma produção por demanda, onde haja a eliminação máxima de desperdícios e se mantenha a qualidade dos produtos.
De acordo com Assem et.al, JIT é “Produzir e entregar produtos a tempo de serem vendidos, em lotes pequenos (ou suficientes), evitando desperdícios”.
Assem explica que essa filosofia defende a produção em fluxo, ou seja, pedidos que geram encomendas; um processo com ênfase na entrega, que é definido de acordo com os sete Zeros:
1. Zero defeitos;
2. Zero tamanho dos lotes (excesso), de acordo com a demanda;
3. Zero ajustes de máquinas;
4. Zero ociosidade, quebras e paradas na produção;
5. Zero manipulação (excesso);
6. Zero tempo de chegada ao mercado. Um processo que é capaz de responder instantaneamente à demanda;
7. Zero variação de produção.
O JIT busca a eliminação de fornecedores não confiáveis, processos fora de controle, produção baseada em uma demanda imprevisível, eliminação de atividades que não agregam valor ao produto ou serviço e desperdícios durante o processo de produção, reduzir investimentos em estoques, aumentar a vida útil dos equipamentos, também reduzindo custos com manutenção, utilizar os recursos humanos de maneira mais eficiente e reduzir os “lead Times” de produção.
Portanto é necessária, ao adotar essas mudanças, que se tenha a compreensão do impacto que podem causar à organização, pois toda empresa precisa ter um estoque necessário para atender com eficiência e rapidez o cliente.
Todo o processo deve ser planejado com cuidado, principalmente com relação a demandas sazonais.
Assim, para que esse modelo funcione é preciso que a empresa tenha, além de um sistema controlado, também uma demanda confiável e estável que possibilite uma maior precisão quanto à produção prevista.
REFERÊNCIAS:
Assen, Marcel van – Modelos de Gestão: Os 60 modelos que todo Gestor deve conhecer / Marcel van Assen, Gerben van den Berg, Paul Pietersma; [tradução Milena Steger].—2. ed.—São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
CERTO, Samuel C.. “Administração Estratégica: Planejamento e Implementação de Estratégias”. Tradução e adaptação de Reynaldo Cavalheiro Marcondes, Ana Maria Roux Cesar. — 3. ed. — São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
Comentários
Postar um comentário